segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ela/Dentro

Link da música que me preencheu


Três segundos. Foi o tempo que levei para me teletransportar pra dentro da música. Aos 10 segundos eu era a música, e ela já manipulava todo o meu ser... Aos 15 segundos, estava transbordando de eufemismos ... Aos 20 segundo, não era mais eu... Aos 25 segundos lutei para voltar, para encontrar um pouco de mim ...aos 30 segundos foi quando me encontrei... Ao menos pensei ter me encontrado... Mas, tamanha foi minha surpresa, em vez de mim encontrar eu te encontrei, dentro de mim... E te encontrando novamente me perdi. Agora não para a música ou para o meu hipinotismo mórbido, mas para ti...como sempre. Perdir-me para ti... Voei com as águias, cortei os céus com minha espada de seis gumes, um deles é o amor. O céu sangrou vermelho paixão(ficou seu nome escrito). Chuveu...chuva de cristais...Eram minhas lágrias congeladas pelo tempo. Inebriante, longínquo, morto. Voei mais alto... Agora ultrapassei os céus... Estou no espaço...Flutuo...Mas ainda ouço a música(eu mesmo a canto) dentro de mim. Me perguntei onde te deixei, onde estavas... Em resposta me tocaste o ombro. Estavas bem ao lado. Falaste: - Vamos pra casa. Com um aceno de cabeça concenti. Pulaste novamente pra dentro de mim. Com o impulso acordei. Ao acordar vi que durmiamos de mãos e corações atados. E tudo foi um real/sonho bom.

Clarice Lispector



Assim como eu...


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lembranças Inglórias


Ouvindo Peter Gabriel- The Book Of Love



Iria escrever sobre Yin Yang, fiz até uma pesquisa na internet. Mas mudei de idéia. Não sei o por quê. Talvez por hoje ser sexta e o que eu relembrei se passava quase todas as sextas.

Era eu e um grupo de amigas, livres pela cidade. Sem dinheiro, sem vergonhar, sem amor, sem carinho, sem mestres, sem roupas, sem ar, sem lucidez, sem regras, sem lar... Nada mais existia a nossa volta... Era apenas nós e nós... E ponto. Na verdade, era nós e nossos sofrimentos, nossas tristezas... Que compartilhavamos, umas com as outras. O mundo? sim ele existia...Lá no fundo, já no inconsciente, tinhamos consciência de que ele existia...Que em algum lugar fora de nós, existia o mundo...Mas dentro...Dentro era só aquele momento. Aqueles sonhos...Aqueles desejos incontidos. Nada nos segurava...Nada. Nem a madrugada, nem o frio, nem os bêbados. Os bêbados eram o nosso reflexo, nos viamos ums nos outros...E não gostavamos do que viamos, pois, nesses momentos nimguém gosta de espelhos.

Em uma dessas noites/madrugada, uma amiga- espelho de bêbado- quis ir até à casa do seu amor. Então fomos. Fomos todas. Ficamos a distância olhando a casa... Uma casa comum, simples... Ela imaginando qual seria o quarto do seu amor... E nós tentando adivinhar. Havia um cômodo com a luz acessa, então decidimos que o quarto seria lá. E ficamos ali...Paradas...Cada uma no seu próprio mundo. Ela se transportou pro quarto e lá ficou durante muito tempo...Imóvel, bestificada, confusa, angustiada, impotente, limitada.. Indiginada por não poder tocar o sonho. Uma vez que todo o seu ser já estava lá, todos os seus sentidos, toda sua alma...Mas seu corpo não estava. Havia uma outra parede, bem maior e mais rígida que a parede de tijolos erguida entre a casa e nós. Havia a parede do preconceito, do desconhecido, do amor proibido. Do amor que vai contra todas as regras...(mas existe regras no amor? Acredito que não) E lá ficamos...compartilhando da mesma dor...da mesma angústia.

Estávamos no mesmo barco, e não podiamos deixar que nimguém parace de remar, que nimguém morrece, pois, ficariamos enfraquecidas. Unidas eramos fortes. Sozinhas eramos nada. Eramos escudo, flexas, coração, direção, uma das outras.

O tempo pra ela passava rápido, como o piscar dos olhos numa leitura empolgante. Para nós ele se arrastava...Era como velar um corpo... Na hora de ir embora: ela-relutância, nós-força...A hora de ter de sair do quarto doeu mas em nós do que nela... Desespero,dor.

Fomos embora, mas o quarto ficou...E na próxima sexta estariamos lá novamente. Só com a certeza do novamente para nos convencermos a ir embora. Só com a certeza do amanhã...do não adeus.

Introdução

Já faz tempo que quero criar um blog. Mas não qualquer blog sabe?! Quero um blog verdadeiro, transparente, alegre, triste, confuso, humano. Esta semana li alguns blogs que me inspiraram e muito. Vou publicar alguns posts deles aqui.
Bem sou uma pessoa comum, que vou falar da vida cumum e incomum que temos. Leituras para aqueles momentos da gente com agente mesmo. Pois, é nas horas em que nos encontramos que tudo faz a diferença.