segunda-feira, 4 de julho de 2011

Há dias



Há dias em que sou romântica.
Há dias em que sou fria e dura como uma pedra de mármore.
Há dias em que quero coisas novas.... Como uma criança quer um brinquedo. E choro, esperneio, faço bico...
Há dias em que praticamente idolatro as coisas vellhas... E não as troco por nada, nem pelas novas...
Há momentos em que são só meu. E aviso: sou egoista. Não os divido com nimguém. Momentos meus comigo mesma... É que preciso me encontrar de vez em quando... Muitas veses a vida faz com que eu me perca.
Sou igual, sou inconstante... Mas não sou bipolar,rsrsrs isso sei que não sou. Dentre tantas outras coisas que não sei sobre mim... ainda.
A vida é insconstante não é? Será por isso que eu também sou? Ou isso será impulso? Já não sei, se é que algum dia eu soube, ou saberei.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Querer



E sabe o que eu queria mesmo???
Eu queria era sair por ai, sendo que o ai, não teria direção, nem tempo de chegar...
Eu queria era ter que acordar cedo, mas, pra ir surfar, andar de patins ou saltar de parapente...
Queria viajar com o meu amor e os meus amigos por todos os lugares, e que tudo que eu precisasse coubesse em uma única mochila...
Queria que a coisa mais importante do dia fosse ir ver o por do sol...
Queria escalar, fazer trilha, rolar na areia, explorar lugares desertos, fazer cabana, fogueira, vinho e vilão...
Queria mesmo era voltar a ser moleca, irresponsável, mal criada., apenas com sonhos e um coração...
Queria mesmo era que o mundo acabasse amanhã só para hoje eu poder fazer tudo o que quero...
Queria mesmo era contos de fadas... voar sem rumo e nunca crescer, como o Peter Pan...
Queria mesmo era poder viver simplesmente, e tão somente com o que eu realmente preciso, e o que me faz feliz, e é tão pouco...
Queria mesmo era acabar com internet, televisão, radio e telefone, só pra poder encontrar com as pessoas cara a cara... o gostoso do contato físico, o beijo, o abraço, a frase dita olhos nos olhos....
Queria mesmo era ser a presidente e mudar tudo, fazer tudo mais colorido, menos rígido e mais engraçado, só pra dar motivos para as pessoas rirem, por que o mundo precisa de sorrisos...
Queria mesmo era não ter que querer nada, e que tudo já fosse assim, mágico... um paraíso sem fim.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Vida Clarice

Hoje eu acordei meio Clarice. Ou não?... Por que, o que é ser Clarice?

                      Entrevista Clarice Lispector (Tv Cultura 1977)  

Parte 1  



 Parte 2   


Parte 3





"O adulto é triste e solitário."


"Eu acho que quando não escrevo eu tô morta."


"Eu me compreendo."


"É tudo tão incerto."


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa."


" - Então, por que continuar escrevendo, Clarice?
  - E eu sei... Por que no fundo a gente num tá querendo alterar as coisas. A gente ta querendo desabrochar, de um modo ou de outro."


"É que eu penso às vezes que tô isolada e quando vejo tô tendo universitários, gente muito jovem que tá completamente ao meu lado. Ai me espanta , e é gratificante."


"Ou toca ou não toca. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato"


"Parece que eu ganho na releitura,  o que é um alívio"


"Eu sei que antes nimguém me entendia, agora me entendem."


"Eu acho que tudo mudou porque eu não mudei não. Que eu saiba, eu não fiz concessões."


"Eu me deixo ser..."


"Às vezes o fato de me considerarem escritora me isola."


"É que no fundo eu escrevo muito simples [...] eu escrevo simples, eu não enfeito."


" - Raiva, um pouco de raiva.
  - Com quem?
  - Comigo mesma.
  - Por que, Clarice?
  - Sei lá, eu tô meio cansada.
  - Do quê?
  - De mim mesmo."


"Bom agora eu morri. Vamos ver se eu renasço de novo. Por enquanto eu tô morta. Tô falando do meu túmulo."


Clarice não se explica, não se traduz em palavras, não se limita à interpretações.

Hoje tomei café da manhã com a Clarice... Durou duas horas, no relógio.... Pra mim, durou uma vida. A vida Clarice. O mesmo, hoje, será meu almoço e meu jantar. E, acalentará meu sono. E, meus sonhos. E minha vida, A Vida Clarice.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vivendo, Pensando que Sinto



... E, todo o mais vós não sabeis porque nem eu sei.
Não sei eu o que sinto nem o que um dia senti... Às vezes - muitas vezes - tenho dúvidas até se sei o que é o sentir...
Será que sabemos? Será que realmente sabe alguém com precisão diferenciar os sentimentos, ou até onde vai o sentir? Até que ponto é sonho? Até que ponto é realidade? Até onde vai aquele sentimento e a partir de onde é pura euforia?
Quando ao amor transforma-se em paixão? Quando a paixão morre apenas paixão?
Poetas.... Ahhhrrr poetas que com suas palavras sábias e "mágicas" tem o dom de nos teletransportar pros lugares mais ocultos do nosso ser.
Têm o dom de nos fazer acreditar em algo que nem sabemos se realmente existe, e se existe, como realmente é. Acredito que nem eles o saibam...
Não digo que os poetas mentem, pois, até eu acredito na minha própria mentira, algumas vezes.
E continuo vivendo... E continuo pensando... E continuo sentindo...
Por fim, continuo vivendo, pensando que sinto...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ela/Dentro

Link da música que me preencheu


Três segundos. Foi o tempo que levei para me teletransportar pra dentro da música. Aos 10 segundos eu era a música, e ela já manipulava todo o meu ser... Aos 15 segundos, estava transbordando de eufemismos ... Aos 20 segundo, não era mais eu... Aos 25 segundos lutei para voltar, para encontrar um pouco de mim ...aos 30 segundos foi quando me encontrei... Ao menos pensei ter me encontrado... Mas, tamanha foi minha surpresa, em vez de mim encontrar eu te encontrei, dentro de mim... E te encontrando novamente me perdi. Agora não para a música ou para o meu hipinotismo mórbido, mas para ti...como sempre. Perdir-me para ti... Voei com as águias, cortei os céus com minha espada de seis gumes, um deles é o amor. O céu sangrou vermelho paixão(ficou seu nome escrito). Chuveu...chuva de cristais...Eram minhas lágrias congeladas pelo tempo. Inebriante, longínquo, morto. Voei mais alto... Agora ultrapassei os céus... Estou no espaço...Flutuo...Mas ainda ouço a música(eu mesmo a canto) dentro de mim. Me perguntei onde te deixei, onde estavas... Em resposta me tocaste o ombro. Estavas bem ao lado. Falaste: - Vamos pra casa. Com um aceno de cabeça concenti. Pulaste novamente pra dentro de mim. Com o impulso acordei. Ao acordar vi que durmiamos de mãos e corações atados. E tudo foi um real/sonho bom.

Clarice Lispector



Assim como eu...


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lembranças Inglórias


Ouvindo Peter Gabriel- The Book Of Love



Iria escrever sobre Yin Yang, fiz até uma pesquisa na internet. Mas mudei de idéia. Não sei o por quê. Talvez por hoje ser sexta e o que eu relembrei se passava quase todas as sextas.

Era eu e um grupo de amigas, livres pela cidade. Sem dinheiro, sem vergonhar, sem amor, sem carinho, sem mestres, sem roupas, sem ar, sem lucidez, sem regras, sem lar... Nada mais existia a nossa volta... Era apenas nós e nós... E ponto. Na verdade, era nós e nossos sofrimentos, nossas tristezas... Que compartilhavamos, umas com as outras. O mundo? sim ele existia...Lá no fundo, já no inconsciente, tinhamos consciência de que ele existia...Que em algum lugar fora de nós, existia o mundo...Mas dentro...Dentro era só aquele momento. Aqueles sonhos...Aqueles desejos incontidos. Nada nos segurava...Nada. Nem a madrugada, nem o frio, nem os bêbados. Os bêbados eram o nosso reflexo, nos viamos ums nos outros...E não gostavamos do que viamos, pois, nesses momentos nimguém gosta de espelhos.

Em uma dessas noites/madrugada, uma amiga- espelho de bêbado- quis ir até à casa do seu amor. Então fomos. Fomos todas. Ficamos a distância olhando a casa... Uma casa comum, simples... Ela imaginando qual seria o quarto do seu amor... E nós tentando adivinhar. Havia um cômodo com a luz acessa, então decidimos que o quarto seria lá. E ficamos ali...Paradas...Cada uma no seu próprio mundo. Ela se transportou pro quarto e lá ficou durante muito tempo...Imóvel, bestificada, confusa, angustiada, impotente, limitada.. Indiginada por não poder tocar o sonho. Uma vez que todo o seu ser já estava lá, todos os seus sentidos, toda sua alma...Mas seu corpo não estava. Havia uma outra parede, bem maior e mais rígida que a parede de tijolos erguida entre a casa e nós. Havia a parede do preconceito, do desconhecido, do amor proibido. Do amor que vai contra todas as regras...(mas existe regras no amor? Acredito que não) E lá ficamos...compartilhando da mesma dor...da mesma angústia.

Estávamos no mesmo barco, e não podiamos deixar que nimguém parace de remar, que nimguém morrece, pois, ficariamos enfraquecidas. Unidas eramos fortes. Sozinhas eramos nada. Eramos escudo, flexas, coração, direção, uma das outras.

O tempo pra ela passava rápido, como o piscar dos olhos numa leitura empolgante. Para nós ele se arrastava...Era como velar um corpo... Na hora de ir embora: ela-relutância, nós-força...A hora de ter de sair do quarto doeu mas em nós do que nela... Desespero,dor.

Fomos embora, mas o quarto ficou...E na próxima sexta estariamos lá novamente. Só com a certeza do novamente para nos convencermos a ir embora. Só com a certeza do amanhã...do não adeus.